Descrição: Barco de formato oval, composto por tábuas na horizontal. No interior apresenta ripas em semi-círculo verticais e quatro tábuas na horizontal que servem de assento, e em forma de caixa, tanto no bombordo como no estibordo. No exterior apresenta uma guia central a todo o comprimento e na sua extremidade possui uma hélice. Possui duas traves laterais, protegidas com uma calha de ferro. Está pintado da seguinte forma: na "linha de água" e nas "águas mortas", são utilizados o vermelho, o branco e o amarelo. O bordo é pintado de preto e o interior e os remos de azul.
Origem/Historial: As embarcações de pesca das ilhas madeirenses sempre obedeceram a uma estrutura comum em todo o arquipélago, caracterizada por uma quilha com capelo saliente acima da borda em cada extremidade, dotada de cavernas de madeira e de dois leitos, um à proa e outro à popa, redução dos tombadilhos ou castelos das primitivas naus. As cavernas são formadas de pequenas peças laterais que se alongam e arqueiam para formar o bojo ou costado (...)
A linha de cada barco obedece às condições do respectivo varadouro. Assim, há alguns arqueados e levantados de proa por ter mais declive o calhau onde varam. Todos têm costões para equilibrar se em terra e estabilizar se no mar. O formato destas embarcações não sofreu alteração sensível.
Uma das embarcações características do concelho de Câmara de Lobos, grande centro piscatório da Região, é o barco Xavelha também, denominado barco de duas proas. É de dimensões médias (até os sete metros) com características herdadas dos anteriores mas já sem os capelos e com um cadaste.
Os barcos de 8 a 9 metros são pintados de verde.
Uma das embarcações mais conhecidas do Arquipélago da Madeira é o barco “Xavelha”, também denominado de “barco de duas proas”. É originário do concelho de Câmara de Lobos, grande centro piscatório da Região. De dimensões médias (até os sete metros) possui caraterísticas idênticas aos mais antigos, mas foram retirados os “capelos” e colocado um “cadaste”.
Incorporação: Este barco foi cedido pelo seu proprietário Sr. Paulo de Abreu, para a exposição da pesca aquando da abertura do Museu em 15 de Junho de 1996.
Bibliografia
C. N. PEREIRA, Eduardo; "Ilhas de Zarco", Funchal, Câmara Municipal do Funchal, 1989.