Ficha de Inventário

Borracho

  • Museu: Museu Etnográfico da Madeira
  • Nº de Inventário: MEM96/183
  • Supercategoria: Etnologia
  • Categoria: Atividades transformadoras
  • Datação: Século 20
  • Suporte: Pele de cabra
  • Técnica: Técnica artesanal de esfolar animais para aproveitamento da pele
  • Dimensões (cm): Alt. 104.5 x Larg. 101
  • Descrição: Recipiente confecionado com pele de cabra, voltada de dentro para fora, utilizado para transportar o "mosto" ou "vinho novo", ou seja o sumo da uva pisada no lagar. Este contentor, também designado por odre, mantém a forma da pele do animal, sendo apenas amarradas as aberturas das zonas das patas e da cabeça. Este último orifício utilizado para deitar e retirar o "mosto". A suspensão faz-se ligando a pele dos membros próximos, anteriores e posteriores, em forma de "ansas", às quais se prende a "testeira" – "arricol" – formada por duas cordas paralelas ("estopa" entrançada), que vem apoiar-se sobre o frontal do condutor.
  • Origem/Historial: Era utilizado, tradicionalmente, para transportar o sumo da uva pisada no lagar, designado de “mosto” ou “vinho novo”, desde o lagar, onde eram pisadas as uvas, até as lojas onde se encontravam as pipas para armazenamento. Este artefacto, também designado de “odre”, mantém a forma da pele do animal, que é utilizada, voltada de dentro para fora, sendo apenas amarradas as aberturas das zonas das patas e da cabeça. É pela abertura do pescoço, por ser a maior, que se introduz e retira o vinho. É um contentor de fácil transporte, porque adapta-se bem às costas de quem o transporta. A suspensão faz-se, ligando a pele dos membros próximos, anteriores e posteriores, em forma de "ansas", às quais se prende a "testeira" – "arricol" – formada por duas cordas paralelas (de "estopa", entrançada), que vem apoiar-se sobre o frontal do transportador. Estes homens, que transportavam-nos às costas, percorrendo longos caminhos íngremes, inacessíveis a outros meios de transporte, eram designados de “borracheiros”.
  • Incorporação: Esta peça, encontrava-se na DRAC (Direcção Reginal dos Assuntos Culturais) sendo transferida e incorporada no espólio do Museu Etnográfico da Madeira, aquando da sua abertura em 1996.

Bibliografia

  • C. N. PEREIRA, Eduardo; "Ilhas de Zarco", Funchal, Câmara Municipal do Funchal, 1989.
  • Mizon, Teresa, "O fabrico do borracho"in Xarabanda nº 10, segundo semestre, 1996

Multimédia

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