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Direção Regional da Cultura

Secretaria Regional de Turismo e Cultura

A plataforma online Museus da Madeira consiste num catálogo coletivo online, constituído pelas bases de dados do Museu Quinta das Cruzes, Casa-Museu Frederico de Freitas, Museu Etnográfico da Madeira, Mudas.Museu de Arte Contemporânea da Madeira e o Museu de Fotografia da Madeira - Atelier Vicente’s, tutelados pela Direção de Serviços de Museus e Património Cultural da DRC e que integram a Rede Portuguesa de Museus.

Dá a conhecer ao público as coleções dos museus da Madeira e permite, pela primeira vez, a sua visita a partir de qualquer lugar do mundo. Esta plataforma irá facultar a pesquisa do acervo de cada entidade e a pesquisa simultânea e transversal nas coleções dos referidos museus, relativa por exemplo a uma autoria, uma tipologia, um período histórico, um edifício, uma tradição ou evento festivo. A pesquisa pode ser utilizada em três níveis – livre, orientada e avançada – consoante as necessidades de cada utilizador que gradualmente pode proceder à combinação de critérios e atingir um elevado grau de refinamento, restringindo ou ampliando a investigação para obter resultados mais específicos.

De igual modo Museus da Madeira permite ainda o acesso a um dicionário de autores, bibliografia e informação associada e complementar de cada registo, bem como uma seleção de exposições online da responsabilidade de cada museu.

A disponibilização simultânea do património móvel, imóvel e imaterial, através de conteúdos digitais de qualidade, é agora uma realidade, integrando-se na estratégia da Direção Regional da Cultura da Madeira no reforço da informação de conteúdos culturais e tendo, deste modo, como eixo fulcral o objetivo de dar resposta às exigências públicas de acesso ao património cultural, quer à comunidade académica e científica, quer ao público em geral, nacional e estrangeiro.

Esta plataforma constitui assim um fundamental repositório de informação, reforçando a preservação e valorização do património emblemático da identidade cultural da Região Autónoma da Madeira.

Esta estrutura permitirá a inclusão de outras entidades museológicas da região, que integrem ou venham a integrar a Rede Portuguesa de Museus.

Casa-Museu Frederico de Freitas

Originária do século XVII a Casa da Calçada pertenceu, até 1979, à família Ornelas de Vasconcelos Frazão, cujos descendentes no século XIX foram os Viscondes e Condes da Calçada. Edifício de certo aparato arquitetónico, referido como palácio na imprensa do século XIX, foi ao longo dos tempos ampliado e remodelado, apresentando-se definitivamente marcado por intervenções românticas, do segundo quartel e meados de oitocentos.

Cerca de 1941 a Casa foi arrendada ao Dr. Frederico de Freitas (1894-1978), prestigiado advogado e notário madeirense, com relevante desempenho no âmbito da Sociedade e Cultura locais. Amante e apreciador de Arte começa a colecionar a partir dos anos 30, mas é a transição para a ampla moradia da Calçada que viabiliza a reunião de um vasto acervo, onde se destacam os núcleos de Escultura, Pintura, Mobiliário, Cerâmica e Gravura. Profundamente ligado às suas coleções, Frederico de Freitas tem o maior prazer em mostrá-las, em trocar impressões, partilhar cada nova descoberta e é este espírito, aliado a um grande sentido de generosidade e de afeto pela sua terra que determinam, em 1978, a decisão de legar à Região Autónoma da Madeira o recheio da sua residência.

Ciente da importância de manter o legado no seu local de origem e a ambiência daquela que foi por excelência a Casa das Coleções, o executivo regional adquiriu o imóvel. Iniciaram-se então importantes e profundas obras de recuperação que adaptaram a antiga casa de habitação às novas exigências museológicas e criaram um espaço dedicado a exposições temporárias. A Casa-Museu abriu as suas portas pela primeira vez ao público a 29 de junho de 1988 e, 10 anos depois, em setembro de 1999 concluiu-se a totalidade do projeto. Esta segunda fase permitiu a ampliação da exposição permanente da Casa da Calçada, a recuperação da Casa da Entrada, onde atualmente funcionam a Portaria, os Serviços de Educação e de Animação e o Gabinete de Estampas e Desenhos e a inauguração da Casa dos Azulejos.

A Coleção de Azulejaria, importantíssima pela sua quantidade e diversidade, exigiu um espaço propositadamente edificado e concebido para o efeito. A Casa dos Azulejos responde a exigências específicas de acessibilidades, possui espaços de Reserva, Oficina e Auditório. A exposição permanente distribui-se ao longo de quatro pisos, segundo uma lógica cronológica e de origem. O percurso permite acompanhar a evolução do azulejo, desde o século XIII, a partir do Oriente, com especial enfoque para a produção islâmica, passando pela Europa, com peças medievais, de majólica, um núcleo significativo de azulejaria holandesa e exemplares de origem inglesa. Portugal encontra-se bem representado com uma importante mostra do fabrico nacional, dos primórdios à atualidade. Fator acrescido de valorização do espaço são os três painéis de azulejos da artista madeirense Lourdes Castro, especialmente concebidos para o efeito e patrocinados pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Museu Etnográfico da Madeira

Inaugurado a 15 de Junho de 1996, o Museu Etnográfico da Madeira ocupa dois edifícios, sitos à Rua de S. Francisco, n.º 24, na vila da Ribeira Brava: um antigo edifício, uma casa solarenga do século XVII, que no século XIX foi convertido numa unidade industrial – o “Antigo Engenho de Aguardente da Ribeira Brava” – e um edifício novo, construído de raiz para este fim.

A recuperação do antigo edifício para ali instalar-se o museu, tratou-se de um projeto de adaptação de um testemunho do património, que pode ser designado como “aproveitamento museológico”, uma das possíveis via de salvaguarda e valorização do património cultural edificado. Acrescendo ainda o facto, muito importante, de que a atividade agroindustrial da cana sacarina deixou na ilha da Madeira muitos testemunhos preciosos, constituindo este um exemplar único do património industrial a nível nacional e europeu e um dos muito poucos a nível internacional, pela sua dupla função: moagem de cana-de-açúcar e destilação de aguardente e moagem de cereais.

O acervo do museu integra coleções de objetos relacionados com os diferentes aspetos sociais, económicos e culturais do arquipélago da Madeira, sendo a etnografia a área da sua vocação.

A exposição permanente está organizada por temas: atividades produtivas e transformadoras (pesca, ciclo do linho, ciclo dos cereais e ciclo do vinho), transportes, unidades domésticas (cozinha e quarto de dormir) e comércio tradicional (mercearia). A outra parte do acervo do museu, em reserva, é apresentada, rotativamente, nas salas de exposições temporárias e em exposições itinerantes.

Pretende ser um museu dinâmico, com permanente animação pedagógica e cultural, ao serviço da comunidade, contribuindo para o seu desenvolvimento, pelo que os Serviços Educativos constituem uma prioridade da instituição. A nível pedagógico a instituição procura dar a conhecer, de forma participativa o património etnográfico regional, promover a ligação escola/museu/comunidade, sensibilizar para a importância do conhecimento e preservação do património cultural, despertar o sentido crítico e a sensibilidade estética e incentivar o gosto pela descoberta.

Museu Quinta das Cruzes

Localizado no núcleo histórico de São Pedro e ocupando cerca de 1 hectare, a Quinta das Cruzes – Casa de Moradia, Capela e Parque Ajardinado – representa uma unidade urbana qualificada, cuja imagem corresponde a uma forma peculiar de estar na ilha, que ainda hoje, excecionalmente sobrevive.

Esta velha e histórica propriedade que remonta aos primórdios da colonização e teria servido de residência aos primeiros Capitães Donatários e seus sucessores. Foi adquirida para museu em 1946, conjugando as iniciativas do seu primeiro doador – César Filipe Gomes e dos organismos oficiais da altura.

Da primitiva edificação, provavelmente, iniciada no final do século XV, começos do século XVI, restavam até aos anos 50 do século XX, duas portas em pedra cinzenta da região, de sabor manuelino, dando acesso ao que outrora foram as lojas da Casa, e que devido a uma discutível intervenção, agora se podem observar, duplicadas em janelas.

A Arcaria da Fachada Principal, em pedra vermelha da Região, e a Capela voltada ao largo das Cruzes, datada de 1692, recorda-nos a proximidade dos anos em que a Quinta passou à família Lomelino.

O Corpo predominante do edifício atual, característico das construções do século XVIII insular, terá sido acrescentado oportunamente, em virtude da presumível destruição da casa, verificada aquando do terramoto de 1748. No século XIX, duma forma mais pronunciada mas harmoniosa, nos surge o Espaço Alpendrado que se sobrepõe aos referidos arcos.

Já nos nossos dias, algumas alterações tiveram por objetivo uma discutível adaptação deste imóvel a Museu, sacrificando componentes particularmente significativos deste conjunto, enquanto residência.

De certo modo condicionado por estas realidades e pelos núcleos iniciais da sua fundação, a que se veio juntar em 1966 a doação de João Wetzler, este espaço passou a assumir com o tempo, outras responsabilidades museológicas.

Foram ainda implantados nos jardins algumas Pedras de Armas e Lápides Comemorativas, além de outros Elementos Arquitetónicos, como por exemplo, as Janelas Manuelinas, datadas do início do seculo XVI (1508).

Será a partir da conciliação dos elementos básicos que neste conjunto definem a «Quinta Madeirense», com um acervo diversificado, relacionado com as Artes Decorativas Portuguesas e Europeias que abrangem núcleos tão diversos como a Pintura, a Escultura, a Cerâmica, Desenhos e Gravuras, Mobiliário, etc, que se situam cronologicamente entre os séculos XV e a 1.ª metade do século XX, que propomos a imagem da nossa própria identidade.

O Museu Quinta das Cruzes, oficialmente aberto ao público a 28 de Maio de 1953, corresponde assim, à memória continuada de viver a ilha que somos.

MUDAS - Museu de Arte Contemporânea

O Edifício

Projeto da autoria do arquiteto Paulo David (1959), inaugurado em Outubro de 2004, constitui-se como um vasto complexo arquitetónico, que ao longo dos seus onze anos de atividade realizou vários projetos expositivos temporários, bem como variada programação no seu auditório, foi internacionalmente premiado, com a medalha Alvar Aalto (2012) e nomeado para o Prémio Europeu de Arquitetura Contemporânea Mies Van Der Rohe (2005). A campanha de obras incluiu a recuperação da primitiva casa, datada no lintel da janela de 1759, e igualmente um núcleo de construção feito de raiz, compreendendo uma área de exposições, auditório para 200 lugares, loja, cafetaria, biblioteca, serviço educativo e administração.

É oportuno referir que, historicamente, esta antiga propriedade, o Morgadio de Vale de Amores, pertenceu a Duarte de Brito e a D. Joana Cabral, neta de João Gonçalves Zarco, descobridor da Madeira. Um dos seus últimos proprietários foi João Ornelas Cabral, médico, cujas filhas, morreram sem deixar descendência, passando a propriedade para uma afilhada e antiga empregada da casa, Henriqueta de Gouveia, que morre sem conseguir concluir a recuperação do solar, 1952. A propriedade é, então, vendida por Francisco José de Gouveia à Junta Geral do Funchal.

Em 08 de outubro de 2015, resultando da transferência do MACFunchal instalado desde 1992 na Fortaleza de São Tiago para o denominado Centro das Artes Casa das Mudas, abre ao público o MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira.

A coleção do MUDAS.MACM

A coleção do Museu é constituída por arte contemporânea portuguesa, desde os anos 60 do século XX até aos dias de hoje, tendo como núcleo inicial o espólio dos Prémios de Artes Plásticas da Cidade do Funchal, realizados nos anos de 1966 e 1967. Estas iniciativas trouxeram à Madeira alguns dos mais destacados críticos de arte da época, como Rui Mário Gonçalves, José Augusto França, Nelson Di Maggio, referindo este último, terem sido “um autêntico acontecimento artístico, não só para os ilhéus, mas para todo o âmbito cultural Português. Na verdade estes certames pelas suas características constituem a única manifestação de arte de vanguarda Portuguesa (…)”. Este princípio de coleção esteve exposto, como Núcleo de Arte Contemporânea, na Quinta Magnólia, no Funchal, desde 1986, até à sua transferência para a Fortaleza de São Tiago. No conjunto inicial de obras, premiadas ou adquiridas, registe-se os trabalhos de Joaquim Rodrigo, António Areal, José Escada, Helena Almeida, Artur Rosa, entre outros.

Na atual coleção do Mudas, com cerca de 400 obras, encontram-se representados os mais destacados artistas plásticos portugueses, alguns nascidos na Ilha da Madeira: Fernando Calhau, António Areal, António Palolo, Rui Sanches, Lourdes Castro, João Queiroz, Michael Biberstein, René Bértholo, Ângelo de Sousa, Joana Vasconcelos, Albuquerque Mendes, Jorge Queiroz, Patrícia Garrido, Martha Teles, Rui Sanches, Pedro Cabrita Reis, Ana Vidigal, Gäetan, Eduardo Batarda, Daniel Blaufuks, Bárbara Assis Pacheco, Miguel Branco, Calapez, Pedro Casqueiro, Rui Chafes, José Pedro Croft, Ilda David, Jorge Molder, José Loureiro, Álvaro Lapa, Ana Hatherly, Vieira de Silva, João Vilhena, Alberto Carneiro, Pedro Gomes, Pedro Proença, Jorge Martins e muitos outros.

A coleção de arte contemporânea portuguesa do Museu é, essencialmente, constituída por obras adquiridas a galerias de arte ou aos próprios autores, juntando-se a este núcleo as doações provenientes das exposições da antiga Galeria da Secretaria Regional de Turismo e Cultura e de particulares, como Ana Hatherly, Pedro Valdez Cardoso, Albuquerque Mendes, Sofia Areal.

Museu de Fotografia da Madeira - Atelier Vicente's

O Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente’s encontra-se instalado no antigo estúdio fotográfico de Vicente Gomes da Silva (1827-1906), prédio localizado à rua da Carreira, que o mesmo adquiriu em 1865.

Entre dezembro de 1886 e agosto de 1887, são realizadas obras de ampliação do antigo “atelier”, sob a direção de Vicente Gomes da Silva e do seu filho, Vicente Gomes da Silva, Júnior (1857-1933). O edifício, que se mantém até aos nossos dias, constitui, deste modo, um ex-líbris da arquitectura dos “ateliers” fotográficos do século XIX.

Ao longo dos tempos passaram pelo estúdio, quatro gerações da Família “Vicentes”.

A 13 de junho de 1979, o Governo da Região Autónoma da Madeira adquire todo o recheio do estúdio da “Photographia Vicente”, adaptando o espaço para aí instalar uma unidade museológica.

A 22 de março de 1982 abre ao público como “Photographia – Museu “Vicentes” com o recheio do estúdio, que incluía cenários, máquinas fotográficas, livros relativos às técnicas fotográficas, mobiliário de “atelier” e cerca de 400 mil negativos.

A 29 de julho de 2019, e após cinco anos de encerramento ao público para obras de recuperação do edifício, o Museu reabre como Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente’s.

Neste novo formato, o museu apresenta para além da reconstituição do atelier, uma apresentação da história dos processos fotográficos, do daguerreótipo às primeiras fotografias a cores, passando pelos dispositivos de lanterna mágica e pela estereoscopia.

Disponibiliza agora um espaço de exposição permanente representativa dos vários autores incluídos no acervo, de que faz parte o espólio de praticamente todas as grandes casas madeirenses de fotografia dos séculos XIX e XX, assim como um outro de exposição temporária, que irá exibir novidades numa base regular.

Desde a abertura ao público, que o acervo do Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente’s tem vindo a ser enriquecido com aquisições e doações de colecções de fotógrafos profissionais e de amadores.