Ficha de Inventário

Ventoinha

  • Museu: Museu Etnográfico da Madeira
  • Nº de Inventário: MEM16/5002
  • Supercategoria: Etnologia
  • Categoria: Atividades transformadoras
  • Datação: Século 20
  • Dimensões (cm): Comp. 246 x Alt. 136 x Larg. 113
  • Descrição: Máquina manual retangular, arredondada numa das extremidades e assente em quatro pés. Na parte superior possui uma abertura afunilada por onde se introduz a palha com o grão. No seu interior existem quatro peneiros na horizontal, com diferentes malhas de ferro e uma calha em U, colocada na diagonal. Na extremidade de formato arredondado possui, no exterior, uma manivela que aciona uma roda em forma de pá, existente o seu interior. Na parte inferior possui uma abertura com uma malha fina, por onde sai o grão, que cai num tabuleiro de madeira, retangular.
  • Origem/Historial: A fotografia 16 5002 pertence ao Arquivo da DRC e é da autoria de Jorge Freitas Branco. Situam-se em meados do Séc. XIX as primeiras referências a estas máquinas, utilizadas nos trabalhos da debulha do cereal. As vantagens das mesmas tinham, a ver com a maior rapidez com que se efetuavam esses trabalhos, mas tinham o inconveniente da sua difícil deslocação nos terrenos acidentados da ilha da Madeira. Por esse motivo, os seus proprietários selecionavam um lugar de fixação que permitisse uma deslocação mais fácil do cereal a debulhar pelos diversos agricultores. Embora não conseguissem substituir por completo as eiras, a introdução destas máquinas operam algumas alterações nas relações sociais de produção da ilha. Com o aparecimento da máquina de debulhar, surge a ventoinha, sistema mecânico rudimentar utilizado na limpeza do grão, na operação de avantajar. O trabalho com as ventoinhas era bastante fácil, comparado ao esforço despendido no manuseamento do ferro, um único homem acionava a manivela, enquanto outro, introduzia o grão e tirava o produto já limpo. Os grupos itinerantes de debulha mecânica atrás referidos funcionavam com as duas máquinas quando se deslocavam a um cliente. Dado o problema dos acessos, com o tempo tornou-se hábito escolher sítios favoráveis à montagem do esquema contínuo para a debulha e limpeza do grão. A fim de avisar os possíveis interessados nas imediações da presença, apitavam com um búzio. (BRANCO, 1987:80)
  • Incorporação: Esta peça, pertenceu à Srª.Maria José Jorge Nascimento, tendo sido descoberta por técnicos da antiga DRAC (Direção Regional dos Assuntos Culturais) atual DRC, através de um trabalho de campo efetuado no Sítio da Assomada, Freguesia do Caniço, Concelho de Santa Cruz. Encontrava-se em depósito e em Exposição Permanente no Museu Etnográfico da Madeira, desde a sua abertura a 15 de Junho de 1996, até à data. Por decisão superior, esta peça deixou de estar em situação de depósito e foi incorporada no espólio permanente do Museu.

Bibliografia

  • BRANCO, Jorge Freitas; "Camponeses da Madeira, As bases materiais do quotidiano no Arquipélago (1750/1900)", Lisboa: Publicações D. Quixote, Col. Portugal de Perto, 1987.
  • FERREIRA, Lídia, Catálogo da exposição "Um grão levado pela corrente", Museu Etnográfico da madeira, Ribeira Brava, 1996, texto policopiado.

Multimédia

  • 16_5002_ventoinha.gif

    Imagem
  • 16_5002.1_ventoinha.gif

    Imagem
  • 16_5002.2_ventoinha.gif

    Imagem
  • 16_5002.3_ventoinha.gif

    Imagem