Suporte: Madeira dita "caixa-de-açúcar" (madeiras exóticas: jequitibá ou tapinhoá (?); prateleira em madeira de pinho)
Técnica: Madeira entalhada; ferro forjado e inciso
Dimensões (cm): Comp. 92,5 x Alt. 61,3 x Larg. 34,2
Descrição: Móvel de conter - armário dito “caixa-de-açúcar”, de um só corpo, de forma paralelipipédica. Frente com duas portas apaineladas em meia esquadria, rematadas por retângulos com vértices cortados em quarto de lua, molduradas e rematadas em ponta de diamante. Fechada por trinco horizontal, bisagras duplas em duplo trapézio, em ferro forjado.
Ilhargas molduradas com verdugo saliente. No interior possui prateleira corrida.
Origem/Historial: Ilha da Madeira. Peça fabricada com madeiras aproveitadas das caixas que transportavam o açúcar do Brasil para a Madeira. Com estas madeiras, construíram-se regionalmente móveis como arcas, armários-copeiros de um e dois corpos, cantoneiras e outras variantes, as quais são designadas, localmente por "móvel caixa-de-açúcar" (século 17).
Em 1999, a Dra. Lília Esteves realizou análises microscópicas a diversos móveis do Museu, tendo-se concluído de que foram encontradas várias espécies de madeira no interior dos móveis.
Segundo o livro "Ferro e Fogo, a devastação da mata atlântica brasileira", Warren Dean, refere que foram utilizadas nas caixas que traziam o açúcar do Brasil para a ilha da Madeira, madeiras como o jequitibá, tapinhoá, vinhático do Brasil, embuía e outras espécies exóticas.
Incorporação: Doação César Gomes / 1946
Centro de Fabrico: Ilha da Madeira
Bibliografia
FERRÃO, Bernardo - Mobiliário Português dos Primórdios ao Maneirismo. Índia e Japão, vol. III. Porto: Lello & Irmão - Editores, 1990
FERRÃO, Bernardo - Mobiliário Português A Centúria de Quinhentos. vol. II. Porto: Lello & Irmão - Editores, 1990
ESTEVES, Lília: "Identificação das madeiras que constituem um núcleo de mobiliário designado por "caixas de açúcar - do MUseu Quinta das Cruzes". Instituto de José de Figueiredo, Laboratório central. Maio, 1999