Técnica: Desenho a aguarela, com desenho preparatório a lápis negro
Dimensões (cm): Alt. 25,4 x Larg. 35,8
Descrição: Quinta da Palmeira que surge no topo de uma elevação onde se observa alguma vegetação. Em primeiro plano surge o caminho que leva à casa, parcialmente ladeado por um gradeamento. Esta ergue-se em plano intermédio, com a fachada de construção arredondada, onde se destaca no primeiro andar um varandim ladeado por duas portas encimadas por estruturas cobertas. Numa das janelas da fachada direita, encontra-se uma figura.
Origem/Historial: Ilha da Madeira. Inglaterra. O desenho integrou originalmente o álbum "Sketches by Emily Geneviève Smith". Deste álbum encontram-se no Museu Quinta das Cruzes 98 desenhos e a capa do referido álbum (mqc 1084).
Durante a sua estadia na Madeira (1841-43), a autora do desenho Emily Geneviève Smith, teve a sua quarta filha, Harriet Mary Ann Smith (1843-1857), que figura no registo de baptismos da Igreja Inglesa da Madeira com a indicação "16.04.1843 - Harriet Mary Ann Smith, f. do Revd.º Reginald Southwell Smith, pároco de Stafford, Dorsetshire, e de Emily Genevieve, nasc. 11.03.1843." (Registo de Baptismos. Arquivo Regional da Madeira. Igreja Inglesa da Madeira. 16.04.1843 - Harriet Mary Ann Smith.).
Uma vez que a data do nascimento de Harriet que figura no registo (11.03.1843) é um dia após a data que figura neste desenho (10 March 1843), coloca-se a hipótese que esta última data ser alusiva, não à realização do desenho, mas sim como referência à data de nascimento de Harriet, o que é sustentado pela restante inscrição (The birthplace of Harriet...). [ver Documentação associada/Bibliografia].
A pessoa a que alude a legenda, "Mrs. Blackburne Temple", refere-se a Mary Blackburn, casada com Robert Blackburn, negociante de vinhos com firma na Madeira com o seu nome - a firma George & Robert Blackburn Co.
Os Blackburn chegaram à Ilha em 1810, logo após o seu casamento, celebrado nesse mesmo ano na paróquia de Rochdale, Lancashire. O casal morou na Quinta da Palmeira, inicialmente como arrendatários de Duarte Guilherme Allen.
Entretanto, a propriedade foi alvo de diversos processos judiciais e posteriormente foi vendida em hasta pública tendo sido adquirida pelo próprio Robert Blackburn. Em 1811, Blackburn demoliu a antiga e arruinada casa, que datava do início do século XVIII, e mandou construir uma nova moradia de maiores dimensões que surge aqui representada no desenho.
A Quinta Palmeira passou por muitos donos e chegou mesmo a estar incorporada nos bens da coroa. Depois de várias vendas e conflitos, em 1908 foi comprada por Harry Hinton.
Incorporação: Aquisição Junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal / 1952
Bibliografia
"16.04.1843 - Harriet Mary Ann Smith".In Registo de Baptismos. Arquivo Regional da Madeira. Igreja Inglesa da Madeira.
HOARE, Marjorie - The quinta's of Madeira: windows into de past in search of Madeira's vanishing quintas.. Funchal: Francisco Ribeiro, 2004